Me encontrei em mim e sigo me encontrando. Confesso que vez ou outra existem alguns desencontros seguidos de efeitos colaterais intensos de não tomar minha dose de amor próprio e autonomia.

Voltei pra mim, e quando volto renasço. Como diriam os franceses petite mort, pequenas mortes. Pois é um morrer e renascer dia após dias. Sabe o que é mais curioso, e até mesmo poético? Petite mort também é um gíria para orgasmos. Então faço aqui a conexão perfeita, essas pequenas mortes e renascimentos fazem com que eu goze da vida e goze em mim mesma. O orgasmo de se encontrar em si e se amar como nunca antes.

Dá medo de se encontrar pois sempre podemos nos perder, e esquecer o caminho pra casa. Uso a palavra casa, porque o mais profundo âmago do nosso ser é nossa casa. Há momentos que essa casa está uma bagunça ou até mesmo escura e indefinida, e outros que há frestas de luzes e a bagunça começa a se organizar... Mas não podemos esquecer que é o nosso lar e que é gostoso morar lá. Claro, podemos viajar por outros lares, ficar alguns dias na nossa casa, esquecer um pouco pelos dias corridos, porém no fundo você sabe que nunca vai se perder de verdade.

O mais terrível que pode acontecer é se perder em si pra se encontrar. Encontros e desencontros. Mortes e renascimentos. Perder e se encontrar. Até o momento que esse lar será o lugar mais gostoso de se encontrar.

Como diria Marina Sena: Voltei pra mim.