Ela está tão acostumada a não poder contar com as pessoas, que quando alguém te dá algo em que confiar, contar, ter esperança, ela se agarra. Pobre menina. Deveria continuar no costume.
Se agarrou na esperança de contar com uma pessoa, ela falhou. A partir daí já desanda. Depois houve pedidos de desculpas e promessas que dessa vez seria diferente e que eu podia contar.
Ah, promessas... Clara já desencanou, odeia promessas, odeia quebra de promessas, odeia ver elas se quebrando bem na sua cara e os cacos a acertando, é, machuca. Já estava decepcionada, principalmente com ela mesma.
Não satisfeita tentou contar com outras pessoas, que a decepcionaram também. E se não a decepcionaram, irão decepcionar. Já sabia, era de costume. Mas quis acreditar mais uma vez e o baque foi ainda maior. Dessa vez, a pessoa não podia e nem iria perder tempo da vida dela por Clara. E o "desculpa" no final da frase, que não queria dizer desculpa nem arrependimento.
É difícil ter que viver a vida sozinha, quando você faria pelos outros o que eles não fariam por você.