Cinza.

By Dani G. - sábado, outubro 04, 2014

Dia fechado e chuvoso. Dor de cabeça. Sentada no chão da estação de trem...Respirava fundo. Fechava os olhos em tentativa de fugir para um universo paralelo. Fugir das intolerâncias, superioridade, ego, ódio, raiva que aquele mundo estava impondo a Larissa. Não estava de saco cheio, porque ele tinha explodido há muito tempo. Chegou há um ponto que nunca pensou chegar, o seu redor destruindo aquilo que ama e sonha... A própria pressão e infantilidade. Contava os dias para o final de semana e dias que não botaria os pés em sua faculdade.
Apaixonada pelo curso, prática, teoria, desenho e arte. Pelo corpo docente e a sensação do que vinha depois. Não suportava as companhias — ou má companhias se assim pode-se dizer. Era um fardo carregado com muita paciência já que ainda não havia gerado nenhum boletim de ocorrência — podem rir, mas é essa a sensação de ter um filho da puta querendo destruir o que sempre te deu paz, expressividade e até um motivo pra viver intensamente.
Havia aquela ponta bem forte de chorar, até porque era uma dramática e chorona de plantão. Mas desde a última e única vez que chorara percebeu que um coração que bate e a mente consciente, está em falta nessa sociedade podre e vil, guardou pra si mesma e aos poucos que se importam ao sair lagrimas de seus doces olhos tão inocentes.
Também achava que o problema era ela, não estava preparada pro mundo real... Cheio de trapaças, provações, manipulação, mentiras, povo boçal e oportunismo enquanto esbanjava fofura, educação, ajuda ao próximo, garra, pontualidade, sinceridade e transparência.
Faltava somente cerca de um mês e cinco dias botando seus pés na instituição, fingindo não se importar, sorrisos falsos de amizades podres, para não ter mais o desprazer de sequer respirar o mesmo ar infortúnio desses seres. A cada minuto passado um sorriso e alívio. "Finalmente".

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