Entre tédio e arte

By Dani G. - sábado, outubro 11, 2014

Me sentia naquelas aulas chatas e maçantes da faculdade... Só nas duas últimas horas, pois no começo foi como as aulas de desenho e práticas "mão na massa" até porque era justamente do que eu estava usufruindo, transformando o talvez tédio em criatividade.
Revirei minha bolsa por qualquer coisa que riscasse, que por sorte achei uma caneta— não queria gastar meu batom vermelho favorito nessa arte procrastinadora e o papel foi a parte complicada, achei jogado na minha carteira um bloco de notas meio amassado e perdido dentro das moedas de 25 centavos. Aproveitei cada pequeno espaço para meus riscos e pinturas, no fim não sobrando sequer um fundo de papel. E acredita que ainda não era o suficiente?
Jogado na bolsa, encontrei duas notas fiscais e dá-lhe arte nelas... Até um rapaz observou que estava desenhando olhos  — diga-se de passagem que amo tanto  e perguntou se eu desenhava já perguntando se ele podia desenhar um olho no meu pequeno papel. Deixei. Puft. Ele precisou ir embora. Desconfiou de que era um artista que eu não reconheci. Imagine só.
Agora caro leitor deve pensar que agora o tédio dessa doce moça foi-se junto com tanta criatividade exacerbada. Engano seu. Essa moça vulgo eu mesma  — pegou sua sacolinha e começou a desenhar. Sim, desenhar na sacolinha... Desenhos como vestidos, óculos, bateria — a percussão mesmo  e notas musicais.
Aleluia, parou de desenhar... Mas porque o papel acabou e a sacola se encheu de rabiscos. Logo passou a ler as paginas de um livro muito do lá interessante até não aguentar mais e parar na página 38 em reles minutos. Seu mental criativo ou qualquer outro estava cansado. Com sono. E não estava num lugar apropriado para uma leve fechada de olhos. E as próximas horas pareciam dias e meses, incansáveis minutos que pareciam horas e incansáveis horas que pareciam dias.
Que ansiedade para esse tédio acabar. Puft... Você apareceu.

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