Da janela mais alta da cidade de vejo cair nas profundezas da terra.

By Dani G. - quinta-feira, abril 21, 2022

 Já estava perdido, e ao invés de se encontrar se perdeu mais ainda em si. Seria esse o caminho? Já está num estado tão longínquo da vida que ele merece, mas ao mesmo tempo tão próximo do fundo que chega a pensar: Por qual a razão vou lutar para escalar esse poço, se é tão mais fácil chegar ao fundo? É tão mais confortável.
Primeiro duvida de si: Acho que não tenho forças o suficiente para escalar. Após pensa no seu próprio (e imediato, a curto prazo) conforto, porque vai doer a escalar, vai demandar muito. E será que vale a pena de fato? Se vou sair daqui que seja pelo caminho mais fácil e prazeroso: Vou para o fundo.
Se estou oitenta por cento perdido, vale lutar pelos vinte que me restam?

Não era a primeira vez. Vivia numa montanha russa por não saber quem era de fato. A montanha russa em querer se encaixar em alguém ou em algo. Se perdeu em si, se encontrou em outros. Entrou num poço para se encaixar no outro. Deu o braço a torcer e de repente: Serei igual. Igual ao Mateus, Marcos e Miguel. Ficou até mesmo idêntico ao Rafael, que havia prometido desde que nascera que jamais seria essa pessoa.

É tão doloroso se curar de si? Tomar um chá com si mesmo?

Tentei te dar vários conselhos traduzidos em abraços... Até meu limite chegar. Hoje, apenas observo pela janela mais alta da cidade os seus passos e as faltas dele. A mais alta porque no momento, é o único local que é possível te ver pois está tão tão tão fundo (quase nas maiores profundezas da terra). Possivelmente eu seja a única que ainda te enxergue?

Te enxergue além da ilusão que criou de si.

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