Uma brisa qualquer.

By Dani G. - segunda-feira, outubro 14, 2019


Imagem de art, blue, and boy

Vou desafiá-los e fazê-los refletir,
Já parou um segundo sequer para pensar na existência humana? Na sua existência? Nos nossos comportamentos? Nossos padrões? O que de fato é evolução e o que não poderia ser chamado dessa maneira? Se pensasse um segundo a cada dia pensaria trezentos e sessenta segundos por ano, o suficiente para ter uma reflexão inteligente e reveladora durante cada ano da sua vida.
Você sabia que quando somos mais novos refletimos sobre tudo? Perguntamos tudo sobre tudo, somos uma espécie de mini filósofos. Sócrates, Platão, Descartes, Aristóteles. Já observou as crianças e os bebês ao seu redor? Eles não têm o medo que nós temos. Eles querem viver a vida como se não houvesse amanhã, mesmo não entendendo nada do que está acontecendo eles não têm medo de viver.
 Por que nós reles mortais adultos, seres formados, sabedores, entendedores de tantos assuntos da vida e dessa existência – ou pelo menos é isso que nos fazem acreditar – temos tanto medo de viver? Por que vivemos presos em nosso próprio cárcere? Por que ao crescer nos tornamos nossos piores inimigos e melhores amigos? Porque somos esse paradoxo e essa ambiguidade em forma de carne e osso?
As vezes olhamos para trás e queríamos ter tudo o que perdemos ao crescer, algo que todas as nossas crianças têm, por mais que sejam crianças elas são tão destemidas, tão cheias de si, tão vividas e não há nada nesse mundo que as assuste de verdade, e se assusta passa tão rápido. Onde é que nos perdemos? Em que ponto nos perdemos da parte mais humana de ser humano? Seria a sociedade, a cultura que faz com que nos percamos? Há teorias que sim. Ou seria um caminho que iríamos chegar de qualquer maneira? Como se estivesse no sangue, no gene, na nossa existência.
Nos falta aceitar como seres humanos que o fato de sermos seres racionais não nos faz uma espécie de Deus. Por que nos cobramos tanto para sermos tão perfeitos? Por que não podemos errar? Por que julgamos quem erra? Será que erra mesmo ou só está errando na nossa perspectiva de vida, do que é certo e errado? O que te prova que você sabe de fato o que é certo e errado? De onde tirou todas essas respostas com tanta convicção que não tenha uma falha?
Um dia um belo sábio me disse: “A inteligência vem acompanhada de duas coisas: Ignorância ou sabedoria. ”, e eu creio que bem no fundo, nem que seja inconsciente o ser humano faz a sua escolha. Talvez, só talvez – conversemos a respeito se achem que estou errada – o ser humano ache que o caminho menos árduo é a ignorância, o caminho mais simples. De fato se pararmos para analisar sem muita autocrítica, é mesmo.
Deve se passar na cabeça de quem escolhe o caminho da ignorância que é muito trabalhoso obter sabedoria, e que se passa por caminhos árduos e desconhecidos, por mudanças o tempo todo, por se conhecer e deixar de conhecer, por morrer e renascer. E de fato o caminho não é fácil. Mas é tão cansativo manter a (falsa) perfeição da ignorância, a superioridade que disfarça o quão inferior você se sente por dentro, a auto aprovação que você implora a cada passo que dá.
Já tentou não sentir raiva de uma pessoa ignorante? Já tentou ter empatia por ela? Já tentou pensar que talvez o sentimento mais apropriado seria uma dose de pena? Sim, posso parecer dura ao usar essa palavra, mas pensem comigo. Essa pessoa não pode pedir ajuda nunca, pois todos saberão o quanto ela erra, o quão imperfeita ela é, o quão é incapaz, o quanto mascara com superioridade a inferioridade tremenda que ela sente em ser ela mesma - tudo na cabeça dela, é claro. É de fato uma pessoa muito sofredora, com fantasmas ao seu redor, fantasmas criados por ela mesma.
Aliás, será que ela criou esses fantasmas sozinha? Será que essa ignorância é de fato fruto dela mesma? A perfeição inalcançável? Ou será que seria um instinto que temos desde a idade das pedras?
Porque não podemos simplesmente nos libertar dessas amarras? Amarras que temos a chave para nos soltar. Por que não podemos sair do automático um minuto sequer? Por que não começamos nos questionando antes de crer que tudo que sabemos está certo mesmo que se diga o contrário? Quando vai acabar essa luta de ego? Será que vai acabar?

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