Olhos de Sonserina, em meio a ressaca.
Aquela garota que costumava ser tão pé no chão e até mesmo um pouco pragmática no assunto relacionamentos, dessa vez decidiu variar, fluir e voar. Pediu ao garçom da vida uma dose de impulsividade, e parece ter ganho uma dose de equilíbrio e intensidade com gotas de paixão, e que gotas! Aquelas gotas que davam o sabor marcante e suave daquela dose.
De repente, num sábado a noite qualquer (ou não tão qualquer assim), ela, que estava do outro lado da cidade de São Paulo, se viu num uber, com o coração na boca, sorriso de lado e olhos brilhando intensamente junto de suas bochechas coradas... tudo para encontra-lo.
Eles se conheciam, se conheciam de verdade, já haviam nadado na essência do outro, mas estavam apenas no raso curtindo o sereno desse mar. Queriam e deviam se jogar, queriam e deviam andar mais no fundo desse mar. Eis, a oportunidade, ela se jogou. E ele? Se jogou junto dela? Ou ficou apenas observando para ver se Rebeca se afogava? Seria seguro ir tão fundo, tão rápido? Ele se indagava.
O fundo assusta, mas é belo. O raso é seguro, mas qual a graça da segurança? Não eram mais crianças para se divertir no raso, com as águas apenas nos pés e fazendo castelos de areia. Queriam sentir as ondas em seus pés, cinturas e quem sabe até acima disso. A ressaca do mar. A ressaca do amar e se apaixonar.
A primeira troca: Troca de olhar. Toque. Arrepios. Suspiros. Abraços e amassos. Lábios se encontram suavemente e se beijam intensamente. A ressaca é um risco, e nesse caso, não havia porém algum em se arriscar.
Capitu era conhecida pelos olhos de ressaca, ele, por seus olhos de Sonserina.
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